Ontem passei o happy hour coladinha à Sic Notícias, com um olho no burro e outro na internet e de ouvidos bem abertos. Não gosto de política, principalmente pelo descrédito cultivado pelos próprios políticos, nem tão pouco percebo ou quero perceber de política mas tenho as minhas opiniões e estou interessada em saber o que vai acontecer a este Portugalito tão pobre e abandonado.
Cai o governo? A demissão do PM é aceite? A moção de confiança sai? E o FMI? Várias questões que me assolam e alguns comentadores e legisladores tentam esclarecer. Não, já não me fio no que dizem os senhores deputados (do governo ou oposição). Infelizmente parece ser tudo farinha do mesmo saco. A oposição (seja lá qual for a sua cor) tem sempre receitas milagrosas e soluções mais que perfeitas. Mas quando essa mesma oposição passa a governo, é só mais do mesmo. E assim tem sido um ciclo repetitivo e aborrecido que acabou por nos conduzir onde hoje nos encontramos. Na penúria económica, financeira e política.
Depois dizem, as más línguas, que o FMI é só mais um job for the boys e que até são estes senhores que estão por trás de muitas destas confusões e atrapalhações porque há sempre alguém que ganha com isto. Eu cá não sei e não gosto de fofocas...
Pelo Facebook vejo foguetes a serem lançados pela demissão do PM. Cores à parte, porque não acredito em ninguém mesmo, parece-me que o custo real vai ser, mais uma vez, suportado pelo tuga (normalmente o mais fragilizado).
A ver vamos...
5 comentários:
Eu vivo diariamente essa preocupação, de tentar saber o que nos espera a seguir... Quanto ao FMI, neste momento parece-me ser a única instituição que garanta alguma isenção na tomada de decisão, ainda que essas decisões possam ter um efeito perverso na nossa economia (ainda mais), como, de resto, tem acontecido na Grécia, Islândia e Irlanda. A classe política portuguesa confunde, amiúde, "interesse nacional" com "interesse pessoal". Ainda assim, tenho uma velha máxima, quando não está bem, muda-se! Podemos errar, mas também arriscamos acertar. Falta de honestidade é que não consigo tolerar.
Mas considero ser esse o lema dos nossos políticos (interesse pessoal, desonestidade, corrupção), mas se formos um bocadinho mais fundo, não será esse o lema do português médio? Me, myself and I? Receio e lamento que seja...
A diferença é que os políticos propõem-se a governar e a liderar, os portugueses médios nem por isso... Mas sim, concordo que a cultura portuguesa valorize muito o ser "esperto", sendo que, para mim, ser esperto é muito diferente de ser inteligente, tem associado um certo grau de desonestidade e de vencer a qualquer custo, sobretudo em proveito próprio.
Infelizmente é assim. O que quis dizer é que sendo esta uma característica nacional, os políticos não fazem mais que aproveitar a oportunidade que está ali mesmo à mão. Erradamente, claro! Quase qualquer um faria o mesmo se pudesse. Parece ser esta a nossa realidade. Vejamos: a auxiliar (regra geral), que trabalha no hospital público para além de ser pouco disponível e correcta para os utentes, ao fim do dia não se coíbe de encher o saco com compressas, seringas e outras coisas com que possa encher a despensa lá de casa, mesmo que não sejam necessárias. A senhora (mais idosa) que vai ao centro de saúde e que traz um medicamento diferente do habitual, volta lá no dia seguinte porque aquele não faz tão bem, mesmo que não seja verdade. Há um desperdício de recursos, um despesismo exagerado mesmo quando se fala em tostões. Depois, depois é só fazer contas de multiplicar...
Os dois exemplos dados podem parecer redutores e anedóticos mas estão na essência do povo português. É o 'venha a mim'. O português médio não é só chico esperto é ignorante, preguiçoso e pouco articulado. Muito tristemente chego a esta conclusão. Eu sou portuguesa e, apesar de passar muito tempo fora, a minha morada é em Portugal e é com estes problemas e mentalidades que tenho que conviver quase diariamente.
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