Tenho, com um amigo, uma very private joke que volta e meia vem à baila e resume-se num ODEIO PESSOAS. Claro que não odeio pessoas mas poucas são as que me surpreendem e que verdadeiramente admiro. É tudo muito mainstream, mais do mesmo, valores e princípios muito baratuchos ou facilmente negociados, muita burrice encapotada, muita sabedoria falseada, muita chico-espertice saloia e depois o ODEIO PESSOAS encaixa lindamente.
Hoje numa situação completamente normal: restaurante cheio e sem reserva feita foi-nos pedido para esperar. Como a mesa seria para seis e por ser mais difícil acomodar estes todos do que dois ou três o tempo de espera alargou-se para além do desejável. A opção seria, e foi, procurar outro local, não sem antes alguém aproximar-se e entredentes perguntar se eu tinha os meus cartões de visita comigo (que tinha) mas que imediatamente e já prevendo o desfecho respondi que não.
Acho que ultrapassa aquela coisa da vergonha alheia mas mesmo assim afastei-me devagarinho e fingi não perceber as piadas que entretanto esta pessoa atirava para o ar.
Nunca eu ousaria abusar de um privilégio profissional numa situação pessoal. É falta de ética, é embaraçoso e revela muito sobre o carácter, ou a falta dele, da pessoa e é por estas e por outras que o ODEIO PESSOAS aparece muito amiúde nas minhas andanças.
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