Hoje ou ontem, confesso que já nem sei devido à diferença horária e ao contínuo contacto com outras partes do globo, tropecei num artigo, no mínimo, estranho. Estranho para mim que nunca tinha ouvido falar e estranho porque não consigo abraçar a ideia: amormentação ou amormentar.
Começa logo mal pela semelhança fonética com a palavra atormentar e não melhora quando imagino o conceito.
Por razões que agora não vêm a este caso, o meu sobrinho passou muitas noites e dias, seguidos ou alternados, em minha casa desde o dia em que nasceu. É meu sobrinho. É a mini (e a maxi!) pessoa mais importante da minha vida. Biúúúúú - I love you (him) - to the moon and back a zillion times and more. Houve algum choro e muito colo e abraços e beijinhos e massagens e embalos e cantorias e nunca, mas nunca, me passou pela cabeça essa coisa da amormentação. Confesso que me faz muita comichão, confusão, causa-me até alguma repulsa (para não dizer nojo, mas isto sou eu que sou uma maria nojentinha para quase tudo e mais alguma coisa!).
Ainda consigo perceber as amas de leite de antigamente (muito antigamente!). Não havia leites adaptados e os bebés pequeninos precisavam de alimento. Contudo, estas amas eram mulheres jovens "parideiras" que partilhavam o leite das suas crias com outros bebés. Mesmo assim hoje torço um bocadinho o nariz a esta prática mas, pronto, nesses tempos idos era o melhor que se arranjava.
Agora defender que uma avó, tia, madrinha ou uma outra qualquer mulher que não a mãe necessita de amormentar (atormenta-me a mim!) o neto, sobrinho, afilhado ou whoever para conseguir acalmá-lo e criar laços de afectividade ultrapassa-me a uma velocidade super-sónica. Really?
E há um mar de gente a achar isto normalíssimo e saudável. Isso e amamentar os miúdos até aos 7 anos, quer dizer 84 meses - outra moda que não entendo é a idade dos miúdos em meses depois do primeiro aniversário mas pronto eu ando com um mau feitio de fugir (pelos vistos até à China e ainda não é longe o suficiente ou, se calhar, é por isso mesmo!).
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