domingo, 29 de janeiro de 2012

A vida e o frio...

Europa, -1ºC (frio?! ahahahah), aquela garoa tímida que não incomoda um bom agasalho, muitos trams uns a seguir aos outros que asseguram o movimento urbano e uma sede insaciável de conhecer. Uns assustaram-se com o frio e gozaram um domingo familiar no conforto de uma casa aquecida. Saí da toca. Três horas passadas entre passeios pedestres e, quando arrefecia muito, uns minutos de eléctrico para aquecer a alma. Ultrapassei as zonas limítrofes da cidade, atravessei o rio, aventurei-me pelos subúrbios despidos de gentes e de arte. Falei com os 14ºC e o Sol que visitaram Lisboa. Regressei ao centro, um Salted Caramel Hot Chocolate para repôr energias e uma tarde de preguiça com um bocadinho de trabalho (só um bocadinho, porque afinal sempre é domingo!).

Tralhas...

Aquando da mudança para a casa dos horrorres nova, dei por mim a desembrulhar caixas, caixinhas e caixotes e descobri que, inconscientemente, colecciono canecas. Grandes, pequenas, delicadas, robustas, coloridas ou simplesmente brancas. Não fazia a menor ideia que tinha esta fixação em adquirir canecas quase compulsivamente. Especialmente quando nem o chá ou o café são as minhas companhias preferidas. Vá-se lá compreender esta coisa estranha a que chamam de universo feminino...
Estas foram as últimas aquisições de 2011
(nenhuma ainda usada!!!)

sábado, 28 de janeiro de 2012

Pfff...

Até parece que estou aqui em visita gastronómica (não, não estou!). Mas hoje foi o dia (a noite) do Noohn. Um conceito abrangente - 600m2 de conceito. Lounge, cafeteria, sushi bar, take-away, restaurante à la carte e esplanada. Numa palavrinha: fantástico!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Acasos...

Em Lisboa, apeteceu-me ir ao Storik comer Flammeküche. Não fui. Não tive tempo. Esse, o senhor tempo, passou a correr - como sempre. Na Suiça, fui pecar ao Kohlmanns. Soube bem e não soube a pouco!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

WTF...

ou ainda em estado de pardalita perdida e envergonhada!
No final do ano passado, um colega muito estimado por todos (ao contrário de alguns - vá de retro, cara de pescada cozida, vá de retro!) decidiu demitir-se. Estava farto, não concordava com muitas das coisas com as quais tinha que conviver e em vez de andar com o muro das lamentações às costas decidiu ir para outras paragens, muito provavelmente, mais quentinhas e afáveis que esta. Sendo que era uma pessoa correctíssima (como poucos, senhores, como poucos!), a equipa de trabalho fez questão de lhe oferecer um presente de despedida que o acompanhasse na nova travessia e o fizesse lembrar tempos idos (os nossos!). E depois de muito brainstorming, lá nos atirámos de cabeça para um Ipad 2 todo XPTO. Muito surpreendido e, supostamente, agradado enviou um email com palavras sentidas e que por aqui permanecem para lembrar algumas verdades que por vezes tendemos a esquecer.
Depois deste colega e ao ritmo de uma por mês, outras colegas apresentaram as suas razões (conhecidas e vividas por todos) para  também procurarem outras oportunidades. Até aqui tudo certíssimo.
Hoje e após o jantar de despedida de duas das colegas, recebo um email de agradecimento num inglês estrangeiro assim:
Dear





Thank you very much for bring S and me to a very nice dinner. It is already my unforgettable present. Don't worry for buy anymore things to me.

If our team really have to buy a present to me. I wish have a white i-pad2...




Thank you very much for everything...


Best Regards




J


Fiquei surpreendida, decepcionada e de queixo caído. Mas se é moda a falta de modos aproveito e peço também qualquer coisita. Então pode ser um Ipad 3 branco (eu sei que ainda não há, mas é o que eu quero!), um Iphone 6 branco (same, same) e para não exceder o budget, contento-me com um Macbook branco de 2010. Porque estou cá a pensar que isto de uma pessoa mudar de paisagens, se calhar, vale mesmo a pena especialmente quando tem direito a escolher o presente de despedida.

P.S. - Iam eram todos corridos à estalada - digo eu que ultimamente ando um cadito amarga! Mas após novo brainstorming parece que o tiro saiu ao lado. Ninguém gostou do email e não vai haver Ipod 2 branco para a J. Sooooo sorry!!!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Preciso de óculos...

Considerado o melhor filme de 2011 pela Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles, arrecadou dois Globos de Ouro, é um dos grandes favoritos para os Óscares e está nomeado para um número infindável de prémios nas diferentes categorias pelos prémios disto, daquilo e do outro... só tenho uma coisinha a dizer: eu vi mal o filme! Tenho mais qualquer coisinha a dizer: não gostei, achei a história forçada, o tio George está longe do seu melhor e nem as paisagens são as melhores! Tenho dito!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Tempo de menina...

E, pronto, estou oficialmente no mundo dos crescidos. Até hoje, onde quer que fosse, era sempre tratada por menina. Hoje, já atrasada para o almoço de aniversário da comadre (só mais do mesmo, trabalho, trabalho e trabalho!) pergunto a dois senhores, com idade para serem meus pais, pela localização do restaurante e ouço um é já à direita, minha senhora, é já à direita! O minha senhora ficou em repeat o dia todo... (na minha cabeça!).

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Entretanto...

... e porque andava com tempo a mais, deu-me para isto. Podia ser pior! Um workshop relâmpago para desanuviar e exercitar o jeito (ou a falta dele)!

Três horas mais tarde...

... ficou mais compostinho! Assim a atirar para o piroso, mas é o meu piroso. E assim se vive junto ao mar numa azáfama constante entre papel de parede, a escolha dos cortinados, dos tapetes e mais peças para a frente e para trás e sem tempo para mais nada. Ano novo, casa nova, vida muuuuito ocupada!

Era uma vez...

...um quarto despido!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Fases...


LUA ADVERSA

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...


(Cecília Meireles)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Inspiração...

The Harvest Moon
by

Mudanças...

Viver no meio de caixotes é coisa para dar cabo destes meus nervos fraquinhos, desta minha paciência impaciente, deste meu tempo sem tempo especialmente porque não consigo o milagre da multiplicação e arranjar umas três Papoilas frescas e fofas - de preferência sem coração - e deitar metade das coisas fora! Que ferro velho!!!

O melhor presente de Natal...

Helenamente


Acabo de inventar um novo advérbio: helenamente
A maneira mais triste de se estar contente
a de estar mais sozinho em meio de mais gente
de mais tarde saber alguma coisa antecipadamente
Emotiva atitude de quem age friamente
inalterável forma de se ser sempre diferente
maneira mais complexa de viver mais simplesmente
de ser-se o mesmo sempre e ser surpreendente
de estar num sítio tanto mais se mais ausente
e mais ausente estar se mais presente
de mais perto se estar se mais distante
de sentir mais o frio em tempo quente
O modo mais saudável de se estar doente
de se ser verdadeiro e revelar-se que se mente
de mentir muito verdadeiramente
de dizer a verdade falsamente
de se mostrar profundo superficialmente
de ser-se o mais real sendo aparente
de menos agredir mais agressivamente
de ser-se singular se mais corrente
e mais contraditório quanto mais coerente
A via enviesada para ir-se em frente
a treda actuação de quem actua lealmente
e é tão impassível como comovente
O modo mais precário de ser mais permanente
de tentar tanto mais quanto menos se tente
de ser pacífico e ao mesmo tempo combatente
de estar mais no passado se mais no presente
de não se ter ninguém e ter em cada homem um parente
de ser tão insensível como quem mais sente
de melhor se curvar se altivamente
de perder a cabeça mas serenamente
de tudo perdoar e todos justiçar dente por dente
de tanto desistir e de ser tão constante
de articular melhor sendo menos fluente
e fazer maior mal quando se está mais inocente
É sob aspecto frágil revelar-se resistente
é para interessar-se ser indiferente
Quando helena recusa é que consente
se tão pouco perdoa é por ser indulgente
baixa os olhos se quer ser insolente
Ninguém é tão inconscientemente consciente
tão inconsequentemente consequente
Se em tantos dons abunda é por ser indigente
e só convence assim por não ser muito convincente
e melhor fundamenta o mais insubsistente
Acabo de inventar um novo advérbio: helenamente
O mar a terra o fumo a pedra simultaneamente

To Helena - Ruy Belo 
Transporte no Tempo