quarta-feira, 29 de junho de 2011

Que atire a primeira pedra...

Nós, que somos imortais, nós que estamos vivos e por isso nos presumimos imortais, nós que temos a imortalidade toda condensada no segundo que passa, no instante que se consome aqui e agora, nós avisamos toda a gente que se pode morrer por não usar cinto de segurança. Nós, donos supremos e absolutos da moralidade, da perfeição, da conduta irrepreensível, nós que nunca tivemos relações sexuais sem preservativo, nós que nunca pusemos um cigarro na boca, nós que não comemos enchidos nem pão com manteiga, nós que deixámos de comer carne de vaca e depois aves e depois pepinos e deixaremos de comer o que tivermos que deixar de comer, nós que não damos batatas fritas com ketchup aos nossos filhos, nós que sustemos a respiração quando nos passeamos numa cidade poluída, nós que nunca passámos um risco contínuo nem um semáforo vermelho, nem excedemos jamais o limite de velocidade e nunca, nunca nos esquecemos de dar o pisca, nós que nunca tivemos um ato irrefletido, irresponsável, imponderado, incorreto, inconsciente, precipitado, nós que trabalhamos arduamente em cada segundo das nossas vidas para sermos eternos, nós que conseguimos fazer o tempo estancar, as doenças reverterem, a má sorte afastar-se. Nós, os grandes e legítimos juízes do comportamento dos outros, condenamos a estupidez do miúdo dos Morangos com Açúcar, que tinha o carro e o corpo que gostávamos de ter, porque, rais'parta!, não levava cinto de segurança. Se levasse, seria perfeito e imortal, como nós.
Mãe preocupada

Deveras, deveras...

...mariquinhas, impressionável. Sensível, pronto! Não se fala mais nisso. Ao ponto de ir a correr para a casa de banho numa indecisão entre o vomitar e o vou ter um faniquito já aqui. Tudo real, nada de fitas!
E assim acaba-se, por uns tempos, a época de maratonista que se vinha a pôr em prática pelos parques de Moscovo. 
Da passadeira no ginásio passou-se aos 10km no parque com os colegas (homens) sem nunca ficar para trás. E, um dia, o dedo do pé começou a doer. No dia seguinte, voltámos ao ginásio para um treino mais soft. E no dia seguinte o dedo doeu mais. E os treinos foram interrompidos em troca de melhoras. E o dedo doía cada vez mais. E ao 5º dia o sono não chegou porque a dor não ficou esquecida. E pela calada da madrugada, enchi-me de coragem e saltou a máscara rosa que escondia um dedo... todo negro! Ah pois, assim tem mesmo que doer! E agora? Aqui sozinha como é que vou resolver esta coisa? Fora de questão ir à clínica (mesmo a americana) porque uma experiência anterior não deixou saudades. Tenta-se uma educação apressada na internet e em menos de um minuto deixa-se tudo para trás e corre-se para a casa de banho para um faniquito com mais decoro. 
Agora espera-se e reza-se aos anjinhos para que a dor passe rápido e não aconteça mais nada...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

She is such a BrITsCH...

Hoje recebi isto por mail, enviado pela coleguinha querida (not) que gosta de fazer dos outros parvos e acha que é bem sucedida (também not)! Ainda não percebi se é um aviso ou só uma piada. O humor inglês é estranho... indeed, my dear! Indeed! Mas que tem algum fundo de verdade, lá isso tem!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ai os limões...

Ai o stress, ai as noites brancas, ai o jetlag, ai as dores de garganta, ai as saudades, ai o frio, ai o calor, ai que a menina é burrinha como tudo! Não gosta de chá e anda aqui a baldes de água quente com limão e depois queixa-se que não dorme. Hoje o sono chegou às 10.30 da manhã depois de uma luta incansável... Sabe bem mas à noite não é o melhor remédio! Vamos lá a ver se hoje há recolher obrigatório a horas decentes.

Um mé-mé, dois mé-més, três mé-més...

Insónia - 3
Papoila - 0

Tenho que arranjar um novo treinador... 

Os meus carneirinhos de Aquiles...

Uma insónia, duas insónias, três insónias... e não durmo nem com a ajuda do Camões, da Sábado e da Visão, jogos no telemóvel, barriga cheia, exercício físico, barriga vazia, mails chatos, blogs alheios, Facebook e outra mézinhas similares... as white nights também não ajudam nadinha (mania de ser dia a noite inteira) e esta amiguinha veio para ficar e deixar-me mais maluquinha ainda!!!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Chegou...

...o Verão!!! E com ele os dias longos e solarengos, a boa disposição e uma vontade enorme de fazer uma road trip à antiga, de mapa na mão (sempre com uma ajudinha extra dos gadgets mais modernos, já se sabe!) e ir à aventura, sem grandes planos nem limites a não ser desfrutar das coisas boas da vida! A ver vamos...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Estou aqui...


... estou a rebolar!!!
Acho que tirei o dia para me entupir de porcarias (ou coisas menos saudáveis)!
Serão saudades? Será uma raivinha contida por saber que é Verão no Portugalito e eu aqui enfiada na chuva? Eu que ammmmmmo o Verão, a silly season, a despreocupação, o riso, as noites longas e quentes, a praia, as bolas de berlim, os barbecues, os cocktails ao pôr-do-sol, os jantares tardios, o cheiro do calor, as havaianas nos pés ou os pés descalços na areia...
I´m homesick, soooooo sick (e por isso tomo estes remédios caseiros)!

Limão, sésamo, girassol e papoila...

Eu não gosto de chá. Também não gosto de café. Leite, só sem lactose (por simpatia acabei por descobrir que também não me fazia bem) e assim reduzo em muito as opções viáveis para uma bebida rápida de conforto. Hoje dou comigo a beber baldes de chá (quer dizer, isto é mais água quente com pedaços de limão lá dentro - acho que não chega a ter o estatuto de chá), mas sabe-me bem! Lá fora chove, o vento sopra, o dia está cinzento! 
Sou um bocado impostorona... eu estou aqui é regalada a empurrar estas bolachinhas com um chazinho chalado que me aquece a alma e não só!!!

Um começo muito atribulado...

... mas já antecipado! O Dr. Fernando Nobre não passou como Presidente de Assembleia da República, mas diz que vai continuar a exercer as funções de deputado enquanto se considerar útil ao país e também parte com a noção de dever cumprido (infelizmente é o que dizem todos!).

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Uma preguiça daquelas...

de cérebro anestesiado, sem acção (ou reacção)! Entre o andar numa roda viva a dividir-me por mil tarefas e mais alguma e o poder sentar-me dois minutos para descansar (e adormecer ao fim de um), não sobra tempo para mais nadinha! Acabaram-se os meus dois minutos, here I go again, damn it!

domingo, 12 de junho de 2011

Lá vai Lisboa...

A última incursão à minha Lisboa dos santos populares foi há uns bons anos, tempos idos da Faculdade. E qual metro em hora de ponta, senti-me claustrofóbica. Não via nada, não comia nada e não conseguia sair do sítio. Não quis voltar durante muito tempo... Ontem foi o tempo para voltar e recordar! Propositadamente foi escolhido o dia que antecede o verdadeiro dia... menos gente, preços menos inflaccionados mas muita generosidade. Qual crise, qual quê? Sardinha no pão, febras, faduncho vadio, manjerico maroto e muito mas muito boa disposição e partilha (e dores nas costas) e a mota logo logo ali ao lado como saída de emergência (only if)! A Bica é Liiiiinda (ainda ouço ao longe)... e esta Lisboa está no meu coração!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Precisa-se...

... urgentemente de uma coisa destas para aí 10 vezes maior!!!

A portuguesa...


Sabe-me sempre bem vir à nave-mãe! Porque gosto destas pessoas e deste trabalho, porque sou super bem recebida, porque mato as saudadinhas de um mundo mais civilizado, porque é o reconhecimento da minha muuuuuita dedicação - faz-me bem ao ego - e porque posso sempre reabastecer-me dos meus chocolates preferidos ou não fosse esta a terra do melhor chocolate. Invariavelmente (normalmente sou modesta, mas é uma realidade) recebo um louvor quando venho cá, mesmo que seja visita relâmpago, e este ano não foi excepção. A chefinha querida, à frente de um grupo considerável de colegas, lá colocou sôdona Papoila no pedestal de sempre. Diz que sou a sua flor preferida e a melhor do mundo e arredores e que se tivesse nem que fosse só mais 10 iguais, a vidinha dela e de todos os colegas seria bem mais cor de rosa, etc e tal e muitos violinos a acompanhar. Pois que não tenho tanta certeza disso, porque é na diversidade que reside algum do nosso sucesso. Intercâmbio de experiências, troca de ideias e alguma  disposição criativa que cada um traz da sua cultura, ideologia, forma de estar ou país. Mas também tenho a perfeita noção que se num dia somos fantásticos, no dia seguinte não passamos de alguém descartável e facilmente substituível. Por isso, dormir à sombra da bananeira não será muito boa política por estes lados. E quando a chefinha querida diz: Papoila querida, pode estar descansada que o seu futuro sorri... respondo eu com um sorriso que nunca podemos estar realmente descansados. But so far life is beautiful...

terça-feira, 7 de junho de 2011

Coragem...

... é o que preciso para largar tudo em Lisboa (ou quase tudo) e mudar-me para este cantinho um pouco insípido, mais organizado e muito asséptico e investir à séria em moi-même! 

...

I could be so much more... and I wanna go for it...

domingo, 5 de junho de 2011

E só não sou bruxinha...

... porque me falta a vassoura - e que bom uso faria eu dela nesta e noutras situações idênticas - mas tenho um caldeirão mágico - estou quase lá, mas isso daria outra história! E ando a pensar seriamente (not) em abrir um escritório/consultório - não sei bem qual a definição mais correcta - de adivinha/maga/bruxa - uma coisa destas mas em rentável (muito, de preferência!). Passava a adivinhar o futuro dos clientes/pacientes - creio que muitos deles sofrem de qualquer coisinha - e já que eu tenho o dom... era só fazer uso dele em prol dos demais e facturar em vez de andar aqui a queimar pestanas e cabelos e tudo o que é inflamável como, por exemplo, a paciência.
Eu tinha um feeling sobre os voos de hoje e não é que acertei na mouche (quase). Só não consegui adiantar que a escolha teria que ser minha. Sim, foi-me proposto pelos senhores fofinhos da Aeroflot - eu já disse que eles eram fofinhos? - a perda da bagagem ou do avião, à minha real escolha! Gostei... e muito! Especialmente da justificação da senhora do uniforme azul escuro. Segundo a informação desta companhia de bandeira - agora é tendência falar em bandeira, dá um ar mais solene - eu tinha (e tive!) que escolher entre apanhar o avião ou receber a bagagem no destino, porque alguém - eu que não sou de intrigas, não digo quem são os fofinhos em causa - se recusou a processar o meu check-in devidamente. E em vez de a bagagem ser entregue no destino final, como aconteceria numa situação normal não russa, fizeram-me passar pela imigração, recolher a bagagem, passar pela alfândega e fazer novo check-in quando, no mundo normal das pessoas que andam por esse mundinho fora de armas e bagagens, bastaria estar em trânsito (gíria de aeroportos, parece!). Sair de uma passarola, procurar a porta de embarque da outra passarola e continuar o percurso descansada e feliz! Obviamente perdi o voo!!! Para a cereja em cima do bolo ser ainda mais doce, o aeroporto onde esta odisseia teve lugar foi o de Frankfurt que é, para quem conhece, um aeroporto pequenino e com poucos passageiros e muito fácil de andar com as malas às costas entre terminais, emissões de novos bilhetes e todo o processo normal de envolve uma viagem de avião.
Um dia fofinho rodeado de pessoas fofinhas que deixam recordações, também elas fofinhas (um bocadinho atrasadas, mas pronto...como dizia o outro... haja saúde!).

A modos que...

Isto de andar mascarada de turista russa não foi a coisa mais simpática que me foi destinada para este dia de eleições lá na terrinha. 
Ainda o sol dormia e já tinha sido multada, por estes senhores fofinhos, por falar muito pouco russo e estar com os níveis de tolerância nos calcanhares. Toma lá 100 euros de excesso de bagagem e vai lá dizer que vais daqui, vai... agora adivinho uma perda de bagagem ou mesmo de avião já já a seguir. A ver vamos... 

Portugal...

O que eu torci, via Skype (modernices), com o afilharado mais velho, com direito a muitos beijos pelo meio, para Portugal ganhar (por todas as razões e mais alguma - que agora não interessam nada). Fuck deg igjen (segunda lição - este curso está a superar todas as expectativas)!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Arrrgghhh x 1000...

Ontem num jantar após um dia longo de trabalho (muito longo e muito trabalho) dei comigo em vestes infomais e muito descontraída em amena cavaqueira com a equipa alargada de trabalho. So far, so good e nada de extraordinário! Excepto quando sinto uma mão nas minhas costas/ombro a entrar para dentro da camisola???!!! Parvo do colega cara de pescada cozida armado em engraçadinho a enfiar a etiqueta da camisola que aparentemente estava de lado de fora. Não gostei, não aprovei e sinto repulsa só de imaginar aquela mão a descer pelas minhas costas... Assim numa palavra... disgusting (à falta de melhor)!!! Mas que abuso e que falta de chá (de camomila para acalmar estes meus nervos)! Só não levou uma rebocada daquelas à séria, porque Maria Papoila não gosta de confrontos e adivinhava-se um momento muito constrangedor com efeitos futuros prolongados e consequente interrupção do jantar! Lá porque a reunião era informal, suponho que haja limites... mas só na cabeça das pessoas sãs e normais... E se esta pessoa estava na lista negra dos insuportáveis agora passou a estar na lista interdita a qualquer diálogo que não o estritamente profissional... não é ser falsa púdica ou moralista... e se fosse outro colega qualquer provavelmente a reacção não teria sido tão enojada (mas claro um outro colega nao faria isto), mas é logo de quem não se gosta que acha que conquista terreno com parvoíces... É que esta pessoa já percebeu, e há muito, que não faz parte das minhas preferências... Inclusivé no mesmo dia foi-lhe dito por outro colega (por sinal um dos meus favoritos): leave her alone!!! Parece que qualquer coisa foi perdida na tradução! Agora é que vou aprender norueguês para não restarem mais dúvidas... Fuck deg (logo na primeira lição)!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pobres senhores...

E, teimosinha como só eu, voltei lá e apresentei uma reclamação (especialmente pela falta do uso de luvas) e levei com um sorriso tímido, um encolher de ombros e um virar de costas! Gostei...
Tão crítica em relação aos portugueses pela falta de tanta coisa que faria de nós mais e melhores pessoas, cidadãos e povo e afinal os franceses, que se consideram tão chiques, têm uma reacção destas... É que ficou-lhes mesmo bem!