domingo, 24 de junho de 2012

Modernices à parte...

Tenho andado numa luta interna a ver se consigo pôr alguma ordem neste caos provocado pela falta de carácter do bicho Homem - essa coisa fora de moda que alguns insistem em fazer valer! E depois de pisar o assunto até à exaustão, de repetir a história vezes sem conta até as palavras deixarem de fazer (o mesmo) sentido, resta-me o egoísmo como conclusão de tão extensa análise.
O gajo foi (e é!) um egoísta manipulador! Mais nada. Não há cá mas nem meio mas.
A determinada altura da vida e perante um cruzamento perigoso teve a liberdade de escolher o que mais lhe aprouve, mesmo colocando as suas pessoas numa total ignorância à mercê das futuras consequências de tais escolhas. Arrogou-se da sua liberdade e vontade e escolheu. Concordo que somos livres de escolher um novo caminho, mudar de rumo e até inverter a marcha mas não me parece correcto arrastar os outros à revelia do seu conhecimento. Quis o melhor dos dois mundos e conseguiu-o (basicamente enquanto não foi apanhado!) hipotecando a felicidade alheia. A mentira retirou à pessoa, que supostamente lhe era mais importante e a mais afectada nesta salganhada toda, a possibilidade de escolher fosse o que fosse. Ele, sim, pode, fez e perpetuou essa escolha durante vários anos, mas esse direito reservou-o só para si. Condicionou escolhas e destinos de terceiros com a sua conduta. E, apesar de tudo (da dor, da mágoa, da decepção) é aqui que reside a (minha) questão e me deixa a alma em chamas, pergunto-me como é que um indivíduo se acha no direito de destruir a vida do outro pela falsidade, pela mentira, pela hipocrisia sem sequer pensar duas vezes, continuando a levar uma vida aparentemente normal e a chegar a dar lições de moral aos outros. Como?! Sonso! Falta de carácter, integridade e dignidade.
Aquando da explosão da bomba (de tão impensável que era) assumiu a responsabilidade de forma muito peculiar: romanceou ligeiramente a questão, invocou razões injustificáveis e impôs uma solução muito conveniente, e na minha opinião muito egoisticamente, para si. Só para si! Em nome vá-se lá saber do quê, essa imposição, com mais ou menos amargos de boca, foi acatada por alguns. Mas talvez por ser feita de outra massa eu decidi perder um amigo. Não seria (nunca foi!) um melhor amigo, mas era próximo o suficiente para esta história fazer mossa. E onde um dia viveu a admiração, agora instalou-se a vergonha de ter escolhido ver esta pessoa como alguém íntegro e correcto. Hoje considero-o indigno da minha confiança e se por um lado aplaudo as segundas oportunidades por outro aprendo que as pessoas não mudam, aperfeiçoam a mentira. E a mentira dói-me. Corrói-me as entranhas e deixa-me perdida no meu mundo.
Sim, sou muito ingénua. Quero acreditar no bem, na verdade e na essência. Valores que caíram em desuso por não obedecerem, de todo, aos padrões modernos da vida fast everything! Então serei uma bota-de-elástico, uma retrógrada e deixo as minhas modernices para a escolha da cor do verniz das unhas ou para o próximo par de sapatos a que já pisquei o olho. Essas modernices bastam-me!
Deixou de ser uma minha pessoa. Isso deixou! Até poderá não ser para sempre. Poderei com o tempo arranjar forças para assumir outra perspectiva mas por enquanto prefiro afastar-me a fazer parte de um circo em chamas...
Puto estúpido! (tanto que quis ser homem...)


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