Se há coisa que me faça comichão, e há muitas, a cagarolice é uma delas e deve ocupar um dos lugares cimeiros, muito provavelmente porque tenho aturado alguns e simplesmente considero tempo perdido e enfastiante.
Aquela coisa do eu tenho, eu faço, eu aconteço de peito feito, armado ao pingarelho e ar superior dá-me uma vontade imediata de virar costas e fazer conversa para outro lado. Não é por nada, só mesmo deixo de ter tema para conversar com a cagari-cagaró em questão. Vou falar de quê? Subir no pedestal e dizer que tenho, faço e aconteço muito mais ou vou lamentar de não ter, não fazer e não acontecer, oh desgraça da minha vida, que (des)infeliz que eu sou, não sirvo para nada, parasita da sociedade?
Não dá, não é? Pelo menos para mim.
Esta gentinha arrogante com meia dúzia de sucessos mas com uma lista interminável de cagarolices é chata. É inconveniente. É desinteressante. Alimenta-se do show off e da humilhação alheia (ou pelo menos da tentativa). Não tenho paciência. Fui.
Depois há o cagarolinha pé rapado. Uma espécie semelhante mas sem nada para mostrar. É o indivíduo que nem sequer é esforçado, se fosse tinha feito alguma coisa da vida e não estou, sequer, a referir-me a salários chorudos. Normalmente esta gente avalia-se (e aos outros) pela quantidade de zeros da conta bancária. Amiúde é ignorante, preguiçoso e mais um sem número de atributos pouco recomendáveis mas acha que se atirar umas cagarolices para o ar, alguém há-de acreditar e no fim até consegue um lugar engraçado na fotografia. Ora, não consegue. O que consegue é mostrar o quão ridículo e patético é. Até porque a inteligência não sendo o seu forte, e como é mais fácil apanhar um mentiroso que um coxo, acaba sempre por, em algum momento, cometer um deslize fatal.
E como a idade é tramada, e a minha já não me permite aturar estes enfados, o bocejo costuma ser a melhor resposta.
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