domingo, 16 de março de 2014

Mais amor...

Eu sou mardinha. Tenho dois afilharados. Sim, mardinha e afilharados só por causa das coisas. Das coisas da igreja. Sendo agnóstica e não baptizada não me fazia muito sentido baptizar os meus afilhados na igreja e jurar/prometer perante uma entidade divina que os iria orientar na fé cristã. Não sou alérgica nem fundamentalista mas a verdade é que não tendo recebido uma educação católica/cristã não saberia muito bem por onde começar a orientar os meus meninos. Não por coincidência, claro, os pares de pais destes meus afilharados também são agnósticos ou, quanto muito, católicos não-praticantes e eles próprios não quiseram baptizar os filhos. Só assim a coisa aconteceu de forma muito natural e tranquila. Esta mardinha não impôs condições nem os pais impediram os pardinhos do que quer que fosse. Tudo na paz dos anjos - sou agnóstica e tal mas cá os meus querubins são uma história muito minha.
Mas, claro, há sempre os detractores de tudo e mais um par de botas. Desde esta relação não valer nada por não se encontrar oficializada até ao queruz-queredo os meninos não ficam protegidos, houve de tudo um pouco. Houve até a santa ignorância a falar mais alto. Santa porque devidamente abençoada pela igreja, claro está.
Sempre mas com poucas palavras porque não valia muito remar contra a maré, afirmei que esta relação ultrapassaria meia dúzia de assinaturas e uns borrifos de água benta. Era e é uma relação de amor e responsabilidade. Esta mardinha cá esteve, está e estará para estes afilharados sempre que eles precisem. 
Pelas razões mais tristes e nunca desejadas, sonhadas ou planeadas chegou o momento desta mardinha assumir o seu papel de forma ainda mais incisiva. Nas relações humanas ninguém substitui ninguém mas saber que o meu afilharado grande, maior que eu, sente que pode contar comigo e que me pede todos os dias para regressar rápido e que precisa de mim ao pé dele valida esta nossa relação de amor - esquisita aos olhos dos católicos de mão no peito.
Tenho dito!

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