terça-feira, 22 de março de 2011

Hoje foi dia de arrumação...

... eu sabia ao que ia, mas não sabia que se chamava arrumação. E quando questionada (2x) pelo senhor muito prestável, se estava lá para a arrumação, naturalmente devo ter feito a minha cara 49,5 de confusão instalada neste neurónio solitário. O senhor, mesmo sem a minha resposta, confirmou que eu estava lá para a arrumação. 

Senhor muito prestável e com uma profissão muito difícil (para mim): - Olhe, pode ir tratar da papelada e pagar (claro, sempre a pagar) e depois venha ter comigo. Entretanto vou tratar da lavagem!
Moi-même - (Ai senhores, ele é arrumação e lavagem e eu aqui a fingir que sou muito forte mas com um bocadinho de medo e sozinha). Eu não quero ver nada! Preciso de estar presente?
Senhor muito prestável e com uma profissão muito difícil (para mim): - Não, não é necessário. Eu trato de tudo e depois venho buscá-la. Terá só que acompanhar-me ao destino final.
Moi-même - Seja! 
Após uma hora para tratar de tudo (a senhora da secretaria parecia a morte lenta), lá acompanhei o senhor ao destino final e, para quebrar o gelo, fez-se conversa. 

Senhor muito prestável e com uma profissão muito difícil (para mim): Sabe, a colega da secretaria é muito demorada. Se tivesse lá o senhor João, já estaria despachada, mas ela... Já há muitas queixas na Câmara, mas ninguém faz nada. Se fossemos nós, já tínhamos uma repreensão em cima. Veja lá a menina, já atrasou o meu trabalho em uma hora!
Moi-même: Efectivamente demorou muito tempo. Mas como não estou dentro do assunto, não sei se é normal ou não.
Senhor muito prestável e com uma profissão muito difícil (para mim): Qual quê, menina! É ela... é de uma lentidão... Enfim...

E conversa vai, conversa vem (o destino final era longe), e arrisco uma pergunta mais delicada de curiosidade mórbida:
Moi-même: E trabalhar aqui, é difícil?
Senhor muito prestável e com uma profissão muito difícil (para mim): Não, já estamos habituados. Ela é sempre muito lenta. Quando o trabalho atrasa, como hoje, a seguir compensa-se. Acelera-se o passo. Também às vezes temos muitas horas mortas. É a vida.
Moi-même: ???!!!

E pronto, tendo em conta que esta conversa teve lugar num cemitério, achei melhor enfiar a viola no saco e sair de lá o mais rápido possível.

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