sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Dia de cão...

Foi muito pior que isso. Estiveram presentes todos os animais da selva. Uns verdadeiros selvagens. Esta gente sem escrúpulos que se move (e vende) ao som dos biliões. Só porque têm muito (falta de carácter, principalmente) pensam que controlam tudo e todos. E a verdade é que o fazem. Todos os dias. Hoje deixaram-me a cabeça em papa, em água, desfeita. Acho que fiquei mesmo sem cabeça. A vontade de bater com a porta, de virar a página de mandá-los para todos os lugares hortícolas que me viessem à ideia é pouco. É muito pouco. 
Gentinha burra que vive na era soviética e que pensa que manipula o mundo pelo medo. E a verdade é que o faz. Todos os dias. Soluções irrazoáveis, incompatíveis, ilegais não amolecem corações de ferro. A cortina ainda está presente. No sentido inverso. Não pertencem. Não fazem parte. E vai levar muitos anos a chegarem à essa outra realidade. A nossa. A actual. Só têm biliões. É só mesmo isso. Falta tudo o resto.
Em vésperas de Natal, que para eles representa 0, estamos (estrangeiros) aqui a dar os três litros. Porque eles não o sabem fazer. Demasiado corruptos. Demasiado vendáveis. Demasiado ignorantes. Olhos vendados (pelo tecido que sobrou da cortina). Burros!
E chego ao fim do dia com o coração apertado porque fiz o máximo e não agradou. E chega-se a um compromisso nada adequado, mas o possível. E falta o ânimo para o dia seguinte. E há o dia seguinte. E não há abraços nem beijos da família ou amigos. Só desta família que já foi adoptada mas... sabe a muito pouco.
Antes de morrer na praia, envia-se um último email. O derradeiro estalar das pipocas ameaça destruir a panelinha (a palavra foi mesmo sua, seu palerma!). E a luz ao fundo do túnel acende-se. E há esperança. E corda à volta do pescoço rebenta. E sou livre. E estou aqui estou a voltar para os produtos hortícolas ou outros bem mais apropriados. E amanhã é outro dia e até parece que é Natal e o meu presente foi o melhor que podia ter desejado e recebido (acompanhado de um puxão de orelhas iluminado, confesso!).
E com outra alma, outra vontade, despeço-me deste dia confiante que amanhã será muito mas muito melhor. Sem medos. É para avançar.
Feliz Natal!

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